quarta-feira, 10 de dezembro de 2008


Ando sentindo uma saudade descabida. Saudade descabida porque não está cabendo em mim mesmo. Não cabe em lugar algum. Transbordou. Saiu da borda. Uma saudade estranha. Uma saudade de ninguém. Uma saudade que não tem nome ou um endereço específico. Saudade de ligar pra alguém e chamar pra almoçar. Saudade de sair do trabalho seis horas da tarde e chamar pro cinema. Saudade de assistir televisão domingo à tarde debaixo do edredom. Saudade de ter com quem conversar no final do dia. E de ter alguém em quem pensar quando acordo. Saudade de poder falar que gosto (e também poder falar “não gostei”) sem precisar ensaiar antes. Saudade de sentir saudade de alguém.Saudade do cheiro do meu perfume favorito em outra pele suada. Saudade de ouvir que eu sou linda (de manhã cedo com a cara amassada). Saudade de ficar em silêncio ouvindo a respiração. Saudade de viajar sem precisar dirigir. De cantar no carro e alguém me ouvir. Saudade de ouvir o CD de músicas favoritas que eu não gosto.Saudade de acordar com flores e de receber presentes sem nenhuma data especial. Saudade de ter uns apelidos estranhos, que não têm nada a ver com o meu nome. Saudade de fazer as pazes e abraçar mais forte. Saudade de ser a número um e não apenas mais um número. Saudade de ser entendida sem precisar me explicar. De dizer o que eu quero sem precisar falar. Saudade de ser tão igual e fazer toda a diferença. Saudade de gostar dos mesmos lugares e de bebidas tão diferentes. Saudade do calor, do cheiro, do gosto. Saudade do toque, do beijo, do carinho. Saudade com remetente e sem destinatário. Saudade sem preço, sem endereço e sem data pra expirar. Saudade do que ainda me falta viver.É... ninguém me falou que cama nova provocava efeitos colaterais. Ou talvez seja só a carência de uma noite chuvosa. Amanhã eu descubro.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008


Me mostra aí vai, me pega pela mão e me leva em algum lugar que ninguém sabe, que só você conhece, que você separou pra quando eu decidisse realmente ficar com você.Se reclama tanto por eu não me entregar por inteira, me deixa segura então, mostre que você não fará o mesmo que todos os outros fizeram quando eu me entreguei. Vai, me chama de amor, eu deixo, me pega, eu preciso desesperadamente sentir sua respiração perto da minha. Me faça sua, me deixe sua, seja meu! Faça valer a pena tudo isso que está crescendo entre a gente, não deixe acabar essa vontade de te querer, de te ter.Tá vendo o brilho nos meus olhos? É por estar vendo que tudo que eu tanto esperei esse tempo, chegou. Você não quer que esse brilho acabe né? Então, me faça sentir, tudo isso que você disse que iria fazer. Me mostre que eu realmente tomei a decisão certa, vai, só por hoje tente ser um homem de verdade e faça uma mulher desesperadamente a procura de um homem de verdade, feliz. (Me faça sentir)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008


Ando meio nostálgica. Peguei umas fitas VHS esses dias (sim!!! Fitas de videocassete) de quando eu tinha dez anos de idade e tinha um paquera que era dez meses mais novo que eu. Hoje, ele está casado e com dois filhos. E eu to aqui. Solteira. Ainda com medo de me comprometer. Ainda me envaidecendo por estar bem melhor do que minhas amigas da minha idade que se casaram e tiveram filhos. Ainda me esquivando e inventando uma desculpa nova a cada dia que alguém cisma que quer namorar comigo. Ainda achando que casar e ter filhos não é pra mim. Ainda achando barangos todos os vestidos de noiva, as igrejas lotadas e as frases feitas do tipo “até que a morte nos separe” (que nada mais é do que um eufemismo para “até que um de nós morra”).Tenho saudade dos tempos de escola. Das paqueras na hora do recreio. Daquela coisa inocente de esperar os meninos saírem da escola. Do frio na barriga quando meu paquera vinha em minha direção. Do tempo em que não existia orkut e ninguém fuçava a vida de ninguém. Do tempo em que a gente pedia pra amiga descobrir o telefone do menino mais lindo da sala. Do tempo em que não existia celular, muito menos identificador de chamada e a gente ligava pro telefone dos meninos e desligava quando eles falavam alô. Do tempo em que não existia messenger e as pessoas tinham que ligar umas pras outras quando queriam se falar. Tinham que sair das suas casas se queriam se ver.Hoje, além de a gente não ser mais adolescente, a tecnologia fodeu com a nossa vida. O identificador de chamadas do seu celular serve pra você só atender quem você quiser. O mesmo vale pro tal que só te atende quando ele quiser. O messenger, uma praga. Um troço que consegue reunir, na mesma janela: seu ex-rolo, uma meia dúzia de ex-ficantes, uns dois ou três paqueras que nunca saíram do virtual e mais uns duzentos cidadãos e cidadãs que nunca te disseram um oi e te adicionaram sabe deus porque.Acabou o glamour da coisa. Tudo acontece tão rápido agora que, na mesma noite que você conhece um cara, você já tem o celular dele, o messenger, o skype e já sabe da vida inteira do cidadão porque o orkut dele tem fotos de todos os lugares por onde ele esteve nos últimos tempos e recados de todas as meninas que ele pegou (ou está pegando). As pessoas não ligam mais pra casa das outras porque os relacionamentos são tão efêmeros que “ligar pra casa de alguém” passou a ser uma coisa muuuuuuuito íntima. Seu ficante não liga pra sua casa pra te chamar pra sair. Ele espera pra ver se você vai estar online na hora que ele estiver afim de falar com você e, se você estiver offline, ele chama a próxima da lista (literalmente) que estiver online. Simples assim.Acabaram as flores, os cartões de aniversário, as cartas, a monogamia. Acabou o sossego. Seu namorado interage virtualmente com a ex-namorada dele, com a vizinha da frente (com quem ele não interagiria se não existissem todos essas malditas ferramentas virtuais), com as ex-ficantes e com as futuras. Pela internet, ele avalia e escolha a mulher que vai ser delivered na casa dele. Loira ou morena. Com roupa ou pelada.Acho que to é ficando velha (pelo menos é o que o calendário me diz). Velha e mal humorada. Tenho saudade de um tempo que não volta mais (mesmo achando que casamento, monogamia, vestido de noiva e ter filhos é ultrapassado). Tenho saudade do interfone tocando. Da campainha e do telefone da minha casa. Tenho saudade da minha mãe gritando: fulano tá te esperando lá embaixo. Saudade das pessoas disponíveis ao invés de online. Saudade de alguém chegar na minha casa de ao invés de “fulano acabou de se conectar”. Saudade da vida real. De me estrepar ao invés de tomar end. De brigarem comigo ao invés de me bloquearem. De ouvir um não ao invés de me deletarem. Tão simples e a gente complica. Tão complicado e a gente simplifica.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008


Essa noite fui dormir mais uma vez com você no meu pensamento, só que era só aquela saudade gostosa que aperta meu peito, só aquela vontade interminável de te ter de volta. Acho que de tanto que eu tenho andado pensando em você nessas ultimas semanas, você resolveu aparecer nos meus sonhos. Nossa fazia tanto tempo que isso não me acontecia. Foi tão bom olhar no meu celular e ver uma ligação sua lá na lista de chamadas não atendidas, eu bobona alegre acordei saltitando de alegria, com o sorriso estampado no rosto igual criança quando vê Papai Noel chegando com o brinquedo tão esperado. Foi aquele momento mais feliz de um mês pra cá, mais acordei, olhei meu celular e continuava normal, sem nenhuma ligação sua, sem nenhuma noticia sua! Mais uma vez era só sonho, um sonho que me fez feliz por um instante, só que depois me fez triste pelo resto do dia.
Quando será que eu vou acordar pra vida e ver que não há mais possibilidades de te ver vindo atrás de mim, que você realmente já me esqueceu e que eu não sou mais nada pra você! É acho que vou ter que cair e bater a cabeça, só assim irei me tocar que tudo que passamos realmente acabou, e você não vai voltar mais! Hoje acordei tão feliz... Quem me dera o sonho fosse real!