segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Eu não sei namorar. Não sei decifrar o que sinto nem transmitir o que levo dentro de mim. Não sei voltar atrás e admitir que estou errada. Não sei relevar nem consigo não levar tudo tão ao pé da letra. Preciso ter sempre o controle das situações e dos meus sentimentos. Coisa que um relacionamento me prova a todo instante que não tenho.Às vezes eu acho que exijo do amor mais do que ele pode me dar. Espero muito das pessoas. Quero a compreensão que elas nem imaginam que eu preciso. Quero leitura de pensamentos, olhos nos olhos, ternura. Quero palavras doces e, ao mesmo tempo, frases que me perturbam e me fazem buscar o melhor para mim. Quero coragem e certeza de mais, medo e insegurança de menos. Eu devo ter visto muitos filmes, ter lido muitos romances. Só pode.O sentimento de lealdade incondicional que eu tanto procuro é realmente utópico. Eu sei. Ninguém tem bola de cristal. E eu reluto em dizer o que eu quero ou não quero, ou mesmo, em criticar o que me incomoda no outro. Desistir parece o caminho mais fácil quando surge um desentendimento qualquer, como se eu não acreditasse que as pessoas podem se adaptar umas às outras e, pensasse sim, que alguém feito sob medida para mim esteja só esperando a oportunidade certa para me encontrar. Em contrapartida, as atitudes que eu busco... Ah, essas são bem palpáveis!Não quero que façam loucuras por mim. Não quero que descarreguem um caminhão de rosas na frente da minha casa. Eu nem saberia onde colocá-las. Não quero que atravessem o mundo em poucas horas apenas para estar comigo. Umas poucas palavras de carinho ao telefone soam bem quando a saudade bate e a distância torna-se um empecilho. Não quero demonstrações que possam ir contra a vida. Se o assunto for realmente amor, eu provavelmente sinto o mesmo e quero o bem de quem eu gosto.Eu quero apenas um amado, um amante, um namorado. Um amigo, um companheiro. Quero alguém para escutar e conhecer de trás para frente. Alguém que saiba enumerar meus defeitos e, mesmo assim, me faça sentir linda, desejada. Alguém com valores semelhantes, mas com visões de vida diferentes. Alguém que não pense sempre como eu, que me desafie e, assim, faça com que eu aprenda algo surpreendente a cada conversa. Alguém que me faça esquecer pré-conceitos e recriar todas as minhas concepções sobre o amor nos segundos que um abraço pode durar. Alguém que me ensine a conviver na convivência. E, principalmente, que não desista de me entender sem antes tentar. Eu não sou tão fácil quanto pareço, nem tão difícil quanto digo ser.

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