terça-feira, 24 de março de 2009

Chama-se arrependimento. Eu estava quieta no meu canto, achando a vida fácil demais para ser vivida. Fui esquecendo das mensagens para responder, do meu quarto para arrumar, de comer algo que não seja besteira . Esqueci até que existia um carinha a quem eu devia algumas ligações. Olha, é que eu fiquei cansada de repente, fiquei velha de repente, não quis nada de repente. Fui levando como todo começo de ano a gente leva: sem esforço. Vamos para lá? Vamos! Vamos fazer isso? Vamos! Vamos ligar para ele? Ah, deixa para daqui a pouco! Eu queria achar que o mundo rodava se eu rodasse. Engano. Quando a gente pára, o coração pára, o tempo pára, o mundo também pára. Esse mundo é com letra minúscula mesmo, porque é o MEU mundo. É um mundo pesado de tanta besteira que insisto em carregar junto todo dia. Pesado suficiente para cair no chão se você me deixar sozinha. Me abraça, segura o meu mundo comigo. Fica aqui perto e me ajuda a esvaziar ele. Diga: “Grá, porque você carrega esse cara aqui? Joga fora! Grá, porque você insiste em levar esse dia ruim junto? Joga fora!”. Deixe o meu mundo bem leve para quando você me deixar eu conseguir andar sozinha, com as próprias pernas. Ah! Quem me dera ser assim! Quem me dera não encontrar você de novo e me encher de lembranças só para você vir aqui me ajudar a apagar todas. Não faz assim, não diz que não vai voltar. Não diz que voltou a ser como antes e que agora é minha vez de correr atrás. Eu não sei fazer isso, eu não sei ser assim. Então fala que vai ser diferente, que vai me dar mais uma chance. Esse mundo todo de arrependimento eu não consigo carregar sozinha.

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